México, Chile e Colômbia protagonizam precificação do carbono na América Latina. Brasil fica para trás - Instituto Ecológica

México, Chile e Colômbia protagonizam precificação do carbono na América Latina. Brasil fica para trás

Em evento realizado pela Folha de São Paulo, o brasileiro Alexandre Kossoy, um dos especialistas em mudanças climáticas do Banco Mundial, alertou para a lentidão do governo brasileiro em estabelecer políticas de precificação do carbono, iniciativa liderada por outros países latino-americanos desde 2014 a fim de incentivar inovações tecnológicas e promover uma economia de baixo carbono.

Para o especialista, este é um mercado sem volta e a hora de tomar um atitude é agora.

A precificação do carbono pode funcionar como um instrumento ambiental e também fiscal, garantindo geração de renda para os governos. Para se ter uma ideia, apenas em 2016, foram arrecadados US$ 20 bilhões em impostos sobre atividades poluentes ou comércio de créditos. Mas o cenário pode ser ainda melhor. A arrecadação pode chegar a US$ 200 bilhões se os países realmente se comprometerem com o Acordo do Clima.

O exemplo dos vizinhos

Enquanto por aqui as políticas nesse sentido são vagarosas, nossos vizinhos estão dando bons exemplos. É o caso do México, do Chile e da Colômbia, que desde 2014 já incentivam a precificação do carbono por uma economia mais sustentável e inovadora. 

  • O México foi o primeiro país a criar um imposto sobre a venda de combustíveis fósseis, lá em 2014, sendo as tarifas mais altas para gasolina e óleo diesel.
  • O Chile, por sua vez, foi o primeiro país da América do Sul a criar um imposto sobre as emissões, visando atingir especialmente as termelétricas a carvão que chegam a pagar US$ 5 por tonelada de CO2 liberada na atmosfera.
  • A Colômbia também aprovou um imposto sobre as emissões cobrando US$ 5 a tonelada de CO2 emitido.

Kossoy destaca que nesses países o imposto não foi adicional. Ele fez parte de uma reforma que ao mesmo tempo que começou a taxar o carbono, também reduziu impostos de inovações tecnológicas que privilegiam a economia de baixo carbono.

Já existe um diálogo para que esses três países mais o Peru iniciem um mercado comum de carbono na região.

Até quando o Brasil ficará de fora?